domingo, 20 de junho de 2010

Marikas’blog


Ser normal está na moda: nada além do que se é dentro de um campo de pensamento sócio-cultural. Para isso existem as várias tribos espalhadas pela Terra: os héteros, os protestantes, os políticos, os ladrões e os gays, etc. Se é normal dentro do grupo ao qual faz parte: “Se sou gay, devo viver entre os gays”, e fim de papo. “Se sou protestante, abraço os meus irmãos protestantes”. “E, se sou gay e entro na tribo dos protestantes, conseguirei unir o céu ao inferno”.
É isso: todos são normais a partir do ponto de vista em que se é observado dentro do mesmo grupo. Além dos trópicos existem seres diferentes, desconhecidos e esquisitos, acima de tudo. Acho esquisito um padre sair de saia preta na rua. Essas saias, verdadeiros vestidos pretos, são chamadas de batina. Igualmente, acho muito marikas um traveco sair de vestidinho anos oitenta para agarrar seu bofe anos noventa. Mas, o que tenho a ver com isso?
O que tenho a ver com o viadinho, só porque ele é viadinho? E o que tenho a ver com o político, corrupto ou não? E o que tenho a ver com os héteros machões? Na verdade, eles fingem ser machões. Mas, e daí, que tenho com isso?
Eu sou gay. Não, não. Eu sou bissexual. Na verdade, eu sou qualquer coisa que transgrida essa porra louca chamada “normalidade sócio-cultural”. Saio de casa à noite atrás de uma garota “boa” e, se não a encontro, vou atrás de um belo rapaz, que possa me dar prazer à noite inteira. E, o que as outras tribos têm com isso?

(Foto, fonte: CUTRE BLOG, http://blogcutre.blogspot.com/2008_07_01_archive.html)

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